segunda-feira, 26 de maio de 2014

Trigonometria

Costurados à mão
sob a anca de tesouras firmes
os corpos eram o caule
amarrado à fortes nós
como aqueles de marinheiro.
O bailado das ondas gingava
feito canção pra ninar
os poetas.
Os pés se foram
pela curva
na virada tinha um riacho
um sentimento saindo dos eixos
apertando a boca do estômago
causando redemoinho do ventre
aos fios de cabelo.
Dentes rangendo
a vontade de ser vampiro
tomado pelas rédeas violentas
que escapavam das laterais
dois potros
indomáveis
à beira do acústico
da orquestra desmontada
pra ter certeza de que
o melhor som é aquele
que crava marcas no pescoço!

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