quarta-feira, 17 de setembro de 2014

É tanto céu
que até espanta
os olhos.
Os meus
se perderam
admirando
o abismo prateado
do Setor Bancário.
Ao norte
o cheiro da fuligem
gruda na pele
feito mosquito
sanguessuga.
O sol do cerrado
é enxurrada seca
pega fogo
sem ordem dos deuses.
Às 16h39
o avião decola
me levará de volta
aos braços do Redentor
mas a geometria
dessa cidade de retas
vai me acompanhar
noite adentro.
Nas ruas de Brasília
há mais carros
que corações.
Ainda assim
uma emoção nos une:
o sentimento de que
é preciso suar
para sobreviver.

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